domingo, maio 25, 2003
Abanos e abanões
O betão faz estragos por todo o lado.
De Norte a Sul deste cantinho à beira mar assistimos estarrecidos aos mais descarados atropelos à preservação ambiental.
Claro que Sintra, ou melhor o Parque Natural Sintra-Cascais não podia fugir à regra, basta olhar para o desgraçado Cabo Raso, que até está classificado, imaginem, como uma Área Preferencial de Turismo e Recreio, assim como, aliás, mais umas boas dezenas de hectares do referido parque, para ficarmos com um soluço na garganta só de pensarmos num amamarrachado empreendimento imobiliário que segundo consta para ali está planeado, e que segundo consta também, não sendo difícil imaginar tal, irá destruir irremediavelmente a beleza natural do lugar.
Mas isso que importa!? O que importa é o lucro! Palermas, já alguém viu comprar Ferrarris com preservações de paisagens!?
Aliás não me admiraria que houvesse quem argumentasse que ninguém quer roubar a paisagem, ela até fica lá na mesma, portanto não se percebe tanta gritaria.
Consta por outro lado que no Parque poderão vir a ser construídos cerca de 15 mil fogos!
É, é verdade! O plano de ordenamento em vigor é para esse número que aponta, o que equivale a dizer que paisagem natural só se for betão e área para agricultura só se for em vasos nos terraços!
Qual rede europeia Natura 2000!? Quais áreas classificadas!? Qual quê!?
O que é preciso é construir, de preferência muito e em qualquer parte.
Pois não é para isso que ali estão aqueles terrenos todos à mão de semear, não é precisamente para semear mamarrachos.
Então não é um desperdício aquele Cabo tão giro não ter ali uns grandes nacos de betão, do cimo dos quais os turistas pudessem olhar a paisagem, deslumbrados não só com esta mas também com a incrível capacidade dos portugueses para construir nos sítios mais inusitados! Estou a vê-los a arregalar os olhos com tamanha ousadia e coragem só ao alcance de um povo que chegou a todo o mundo e em todo o lado construiu.
Vem tudo isto a propósito de há já três anos, pelo menos, terem sido criadas medidas preventivas para protecção do Parque, no âmbito e enquanto não acontecesse a revisão deste plano que mais parece de desordenamento, e que expiram este mês.
Ora se nada for feito, se não for apresentado pelas autoridades e grupos competentes, nomeadamente os ambientalistas que já tanto fizeram nos alertas, uma proposta de revisão do plano de ordenamento da área nos prazos legais, como parece que não foi feito nestes três anos, se não for apresentada uma proposta de revisão, repito, as medidas preventivas podem não ser prolongadas, e teremos com toda a certeza mais uma carga da brigada pesada dos construtores a ver quem é que faz mais e piores novos Abanos!
Ah! Que grande “ Abanão “ que isto precisava tudo!
O betão faz estragos por todo o lado.
De Norte a Sul deste cantinho à beira mar assistimos estarrecidos aos mais descarados atropelos à preservação ambiental.
Claro que Sintra, ou melhor o Parque Natural Sintra-Cascais não podia fugir à regra, basta olhar para o desgraçado Cabo Raso, que até está classificado, imaginem, como uma Área Preferencial de Turismo e Recreio, assim como, aliás, mais umas boas dezenas de hectares do referido parque, para ficarmos com um soluço na garganta só de pensarmos num amamarrachado empreendimento imobiliário que segundo consta para ali está planeado, e que segundo consta também, não sendo difícil imaginar tal, irá destruir irremediavelmente a beleza natural do lugar.
Mas isso que importa!? O que importa é o lucro! Palermas, já alguém viu comprar Ferrarris com preservações de paisagens!?
Aliás não me admiraria que houvesse quem argumentasse que ninguém quer roubar a paisagem, ela até fica lá na mesma, portanto não se percebe tanta gritaria.
Consta por outro lado que no Parque poderão vir a ser construídos cerca de 15 mil fogos!
É, é verdade! O plano de ordenamento em vigor é para esse número que aponta, o que equivale a dizer que paisagem natural só se for betão e área para agricultura só se for em vasos nos terraços!
Qual rede europeia Natura 2000!? Quais áreas classificadas!? Qual quê!?
O que é preciso é construir, de preferência muito e em qualquer parte.
Pois não é para isso que ali estão aqueles terrenos todos à mão de semear, não é precisamente para semear mamarrachos.
Então não é um desperdício aquele Cabo tão giro não ter ali uns grandes nacos de betão, do cimo dos quais os turistas pudessem olhar a paisagem, deslumbrados não só com esta mas também com a incrível capacidade dos portugueses para construir nos sítios mais inusitados! Estou a vê-los a arregalar os olhos com tamanha ousadia e coragem só ao alcance de um povo que chegou a todo o mundo e em todo o lado construiu.
Vem tudo isto a propósito de há já três anos, pelo menos, terem sido criadas medidas preventivas para protecção do Parque, no âmbito e enquanto não acontecesse a revisão deste plano que mais parece de desordenamento, e que expiram este mês.
Ora se nada for feito, se não for apresentado pelas autoridades e grupos competentes, nomeadamente os ambientalistas que já tanto fizeram nos alertas, uma proposta de revisão do plano de ordenamento da área nos prazos legais, como parece que não foi feito nestes três anos, se não for apresentada uma proposta de revisão, repito, as medidas preventivas podem não ser prolongadas, e teremos com toda a certeza mais uma carga da brigada pesada dos construtores a ver quem é que faz mais e piores novos Abanos!
Ah! Que grande “ Abanão “ que isto precisava tudo!
